Depois de todas as intercorrências mecânicas a que estivemos sujeitos durante as nossas etapas pela EN2, fomos até ao Algarve para recarregar baterias, pois também aqui tínhamos ferias marcadas.
Então cá estamos, mais descansados e bronzeados, prontos para continuar a aventura.
Se bem se lembram ficamos em Góis e dai vamos partir amanhã para acumular quilómetros até ao 738 em Faro.
Hoje dedicamos o dia a passear pela Lousã. Apesar da mesma não estar inserida no trajeto da EN2, faz no entanto, parte dos municípios a ela aderentes e onde ganhamos mais um carimbo para o passaporte.
A chegada à serra da Lousã iniciou-se com um passeio que nos levou através do verde florestal até ao Alto do Trevim, onde balançamos ao sabor do vento com vista para os vales e os picos das serras. Aninhados nos vales veem-se pequenas aldeias, passando por algumas bastante pitorescas. Atravessámos Candal, uma das aldeias de Xisto, que faz parte da rota de aldeias de Xisto da serra da Lousã. Esse será um passeio a fazer em breve.
Seguimos caminho para as Piscinas Nossa Senhora da Piedade. Ficam junto ao Castelo da Lousã. Para lá chegar desça o passadiço, aproveite as sombras, ouça o som da água e siga o barulho das vozes que gritam e se divertem na água. Quando chegar cá a baixo encontra umas piscinas naturais com uma pequena esplanada para se refrescar.
Quer outra surpresa?
Suba o curso da água pelos caminhos da margem, e por entre subidas e descidas chega a uma pequena lagoa natural, com uma queda de água preciosa onde encontra um outro baloiço, o baloiço das piscinas da Nossa Senhora da Piedade. O baloiço Isto é Lousã! Fica suspenso sobre a água e devo dizer que tem mesmo que se molhar se lá quiser ir balançar um pouco… a água é fresca e límpida, mas o fundo está coberto de pedras do rio, por isso não se esqueça de levar uns sapatos de água que muita falta farão para se deslocar com segurança.
Outra atracção mesmo por cima das piscinas, é o Castelo da Lousã. Este castelo tem uma das lendas mais tristes do nosso país, e que são muitas. É a Lenda do Castelo da Lousã e da princesa Peralta. Reza assim:
Reinava em Conímbriga o rei mouro Arunce, rodeado por opulenta corte, na companhia de sua filha a princesa Peralta. O rei mandou construir, como refúgio, na serra da Lousã, um castelo embrenhado na floresta.
O príncipe cristão Lausus invade Conímbriga e o Rei Arunce é obrigado a fugir para o castelo da Lousã, levando consigo a sua filha Peralta e todas as suas riquezas. No momento da retirada, a Princesa Peralta e o Príncipe Lausus entreolham-se por breves instantes e enamoram-se.
Lausus procura desesperadamente a sua amada, percorrendo as serranias da região. O velho rei Arunce, sabendo das intenções do príncipe Lausus, parte ao seu encontro, deixando a princesa Peralta e as riquezas fechadas no Castelo da Lousã. Travam violento combate e acabam ambos por sucumbir. Não havendo ninguém conhecedor do refúgio da Princesa, esta fica aprisionada no castelo. Ainda hoje se ouve o soluçar apaixonado da jovem Peralta, aguardando pelo seu Príncipe.
Fonte: http://www.castelosemuralhasdomondego.pt/website/lendas
Seguimos depois para a Vila onde ficamos alojados. Demos um passeio a pé percorrendo o centro, vimos a Igreja Matriz, a Capela da Misericórdia (ambas fechadas ao publico pelo menos à hora que por lá passámos), e o Palácio dos Salazares, hoje um boutique Hotel.
O Passaporte carimba-se no Museu Municipal Prof Álvaro Viana de Lemos, do qual vos falarei no próximo post visto à nossa passagem já estar fechado.
Amanhã partimos de Góis rumo à restante aventura!