13 de Dezembro, 2024

Explorar Sintra… Palácio de Monserrate!

Como Sintra faz parte da lista de zonas favoritas, esta semana resolvemos continuar a explorar a sua serra. Os locais para visitar são imensos e a escolha é sempre muito difícil.

Esta semana no entanto a escolha rapidamente recaiu no Palácio de Monserrate!

A história de Monserrate começa em 1540, altura em que Frei Gaspar Preto aqui mandou edificar uma ermida dedicada a Nossa Senhora de Monserrate, após uma viagem pela Península Ibérica, em que se maravilhou com o ermitério de Montserrat da Catalunha, perto de Barcelona.
Em 1718, D. Caetano de Mello e Castro, comendador de Cristo e Vice-rei da Índia, adquire a quinta. Não escapando ao terramoto de 1755, também a quinta viu um rasto de devastação mas mesmo em péssimo estado o local foi alugado em 1789 sendo então construído um castelo de estilo neogótico. Quem o fez foi Gerard de Visme, um comerciante inglês, e aqui começa a linha de residentes ingleses.
Em 1793, passa a ser arrendatário o escritor inglês William Beckford que iniciou novas obras de restauro e conservação tanto no edifício como nos jardins. Apesar disso em 1799 e podendo usufruir do local por mais oito anos de arrendamento, o mesmo é votado ao abandono, quando o escritor deixa a propriedade.

Mesmo em estado de declínio, o local atrai vários visitantes entre eles, Lord Byron, um ilustre poeta com um vínculo inabalável ao movimento Romântico, que expressou o seu amor a Monserrate no poema “Childe Harold’s Pilgrimage”.

É, então, em 1846, depois de tantos proprietários, histórias, recuperações e abandonos, que Francis Cook, um comerciante inglês e colecionador de arte, se torna o proprietário da Quinta de Monserrate e o 1º Visconde de Monserrate. Ali manda edificar um palácio que combina influências góticas, indianas e sugestões mouriscas. Os motivos exóticos e vegetalistas da decoração interior prolongam-se harmoniosamente no exterior, que também foi reformulado e transformado num dos mais belos jardins botânicos portugueses.
São as combinações maravilhosas que o transformam aos nossos olhos no palácio encantado, aquele onde conseguimos imaginar as histórias das 1001 noites acontecerem a cada esquina, em cada galeria. As paredes, os tetos, as portas a sua própria disposição cheio de detalhes. Os arcos esculpidos que nos fazem lembrar as influências mouriscas induzem o nosso imaginário.
Até a mais nova da família se sentiu encantada, ávida de conhecimento e motivada a ler e aprender tudo o que pode sobre o palácio!

A perspectiva das salas com pequenas maquetes permite-nos visualizar a realidade das mesmas á época.
Para além dos arcos e paredes rendilhadas não podemos deixar de fora a linda porta da biblioteca. Uma porta esculpida e uma sala onde eu passaria os meus dias embrenhada em leituras e contemplando o lindo jardim que se avista das suas janelas.

É nas descrições das salas que podemos imaginar os tempos áureos do palácio onde os convidados ingleses desfrutavam de lindos quartos, do jardim exuberante e dos serões animados onde as gargalhadas e festas eram uma constante!
O jardim não é menos importante ou exuberante que o edifício. Uma grande criação romântica o Parque de Monserrate recebeu espécies vindas de todo o mundo, que foram organizadas por áreas geográficas, criando cenários ao longo de caminhos, por entre ruínas, recantos, lagos e cascatas por onde podemos passear livremente, pelo roseiral, o jardim mexicano ou o vale dos fetos! Aqui a pequena Bandeiras muito alegremente disse que parecia que estávamos a passear por uma floresta!

O Governo Português adquiriu a propriedade e o palácio em 1949 e, uns anos mais tarde, foram classificados como Imóvel de Interesse Público. Integram a Paisagem Cultural de Sintra, classificada pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade em 1995.

Não posso deixar de falar no meu sítio favorito…. O relvado! Frente ao edifício do palácio estende-se um lindo relvado pontilhado aqui ou acolá com uma árvore… é nele que posso imaginar tardes preguiçosas com sumos e livros sem fim ao sol, piqueniques com a família e amigos ou apenas sestas ao fim da tarde numa manta colorida…
E então? Estão suficientemente curiosos para irem até lá?

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