E como em toda a cidade de contos de fadas, não pode faltar o palácio. Em Sintra há falta de um temos dois, e hoje vamos falar do Palácio Nacional de Sinta também conhecido como Palácio da Vila.
Localizado no centro histórico tem uma vista fabulosa para as encostas da serra podendo-se apreciar o verde em contraste com o colorido do casario por ele disperso, onde se avista uma casa ou outra apalaçada e se olhar um pouco mais alto ainda avista também o castelo que ajuda a emprestar maior magia á cidade!
Propriedade da coroa portuguesa desde a sua conquista enquanto palácio mouro, foi intervencionada pela primeira vez no reinado de D. Dinis, sofrendo várias intervenções ao longo dos séculos o que lhe empresta uma expressão arquitetônica que poderá parece uma junção de vários estilos mas que no todo entre jardins, terraços e escadas se interligam.
Chama a atenção do veraneante para as suas duas grandes chaminés germinadas e cónicas de 33 metros de altura que constituem o ex-líbris de Sintra.
Foi utilizado pela Família Real Portuguesa praticamente até ao final da Monarquia, em 1910. E em 2008, foi considerado o palácio mais visitado de Portugal. Em 2013 passou a integrar a rede de residências reais europeias.
Mas falando do seu interior, ele não podia ser mais mágico… Em cada sala tem grandes janelas para os jardins e a serra que não nos deixam esquecer onde estamos! As salas são de uma riqueza fantástica, muito bem conservadas, mobiladas á época e preenchidas de história.
Não podemos alongarmo-nos por cada uma das divisões ou não terminaria nunca e tornar-se-ia cansativo por isso falaremos apenas daquelas que para nós se tornaram mais importantes.
Na Sala dos Brasões podemos admirar a representação das armas de 72 famílias nobres portuguesas e dos oito filhos que D. Manuel I tinha quando foi construída entre 1516 e 1520. Recorda-se da família Távora, pois bem também lá está representada. E que tal procurar o seu sobrenome, quem sabe também por lá se encontra?
A Sala dos Cisnes tem esse nome pelo facto de ter o teto completamente decorado com 27 pinturas desses animais. O motivo começa numa lenda que sugeria que o duque de Borgonha tinha oferecido um casal de cisnes à infanta D. Isabel. Ora, o cisne era o emblema de Henrique IV de Inglaterra, irmão de Filipa de Lencastre, tio da infanta. E era também um símbolo de fidelidade eterna comum dos romances da época, em que os cavaleiros navegavam pelos rios numa barcaça puxada por um cisne para salvar as damas.
A Sala das Pegas foi onde D. Sebastião terá ouvido Luíz Vaz de Camões a ler “Os Lusíadas”. É aqui que reside uma das lendas associadas ao palácio e que reza assim: “Conta-se que D. João I foi apanhado certo dia a dar um beijo na bochecha ou na testa à donzela mais bela da Corte de Sintra de seu nome dona Mécia. E foi apanhado por D. Filipa de Lencastre, rainha inglesa e viciada na ordem moral”. O rei, ao ser apanhado, terá dito: “Foi um beijo por bem. Ela é muito bonita e eu quis dar-lhe um beijo, nada mais do que isso”. A rainha aceitou as desculpas do rei, mas atrás da porta estavam outras donzelas e foram falar mal do beijo do rei. “O rei, quando soube, não gostou. E para as castigar mandou pintar 136 pegas no tecto desta sala, supostamente o número de donzelas da Corte que existiam em Sintra à época. As pegas têm fama de fazer barulho. E como elas fizeram barulho a dizer por mal, ele mete no bico uma frase a dizer: ‘Por bem’. Mas, como estava a ser acusado de infidelidade, na pega que corresponde à rainha colocou uma rosa — símbolo da casa de Lencastre — e a frase: ‘A quem sou fiel e agarrado, à minha mulher e a mais nenhuma outra’“. É ou não bonito? A nossa mini Bandeiras que adora histórias também gostou.
O Quarto-Prisão de D. Afonso VI foi onde o rei permaneceu encarcerado e vigiado durante 9 anos por ordem do irmão, o Rei D. Pedro II, na sequência do seu afastamento por incapacidade para reinar, tendo acabado por morrer neste quarto em 1683. É um dos aposentos mais antigos do Palácio, o único compartimento em que a janela possui gradeamento de ferro. O pavimento cerâmico mudéjar remonta, provavelmente, ao século XV, sendo particularmente raro.
Na cozinha, são visíveis arranques octogonais das monumentais e icónicas chaminés. A cozinha, de inícios do século XV, foi construída para grandes banquetes de caça. Essa era aliás uma das ocupações dos nobres que lá passavam a temporada com o rei. No seu interior, destacam-se várias fornalhas e dois grandes fornos, para além de uma estufa e um conjunto de cozinha em cobre constituído por marmitas, peixeiras, panelas, tachos, caçarolas e frigideiras. O revestimento das paredes é de simples azulejo branco de finais do século XIX.
O artigo já vai longo mas se fizer a visita não abandone o palácio sem fazer um passeio pelos seus jardins e admirar a vista para todos os lados de Sintra e observar também as diferentes fachadas do palácio.
Para informação sobre horário, preço dos bilhetes e visitas guiadas consulte o site oficial, Palácio Nacional de Sintra.